domingo, 1 de maio de 2016

Quarto escuro


  Era um quarto escurecido pela noite que caia, pequenos raios de luz que atravessavam a porta entreaberta era o suficiente pra iluminar meu rosto. Vozes tímidas e um pouco roucas, falavam baixo para que mais ninguém pudesse desfrutar de seus segredos. Ate que então, escutei meu nome. Falavam de mim!
Meses se passaram, e até então caí nas graças da nova cidade. Era uma cidadezinha calma e muito simpática até. Havia muitas arvores enormes que montavam uma passarela revestida de flores vibrantes e a trilha sonora era montada pelo canto dos pássaros. Ao ver a cena linda pensei comigo – “Ah se eu pudesse ser livre como um pássaro... Voaria para o longe e não pensaria duas vezes”.
  A noitinha caia enquanto a observava pela janela, perguntava a mim mesma o porquê de todos os últimos acontecimentos. A separação dos meus pais, a morte de meu primo e minha nova morada com os Romaniello’s. Olhando para os céus e indagando a lua, vi uma estrela prateada cortar os céus, imediatamente cruzei os dedos e fiz o mais sincero pedido; Então ela se foi. Minha única esperança foi lançada a uma estrela cadente. Estava feito!!
O dia dos namorados estava próximo, na verdade nunca tinha me importado com essa data. Mas dessa vez, era diferente.
  Acordei animada com o lindo canto do bentivi e o sol gostoso em minhas pernas. Eu havia adormecido sobre os lençóis do imenso jardim de flores da tia Lourdes.
  Vagarosamente levantava com meu bloquinho de desenho nas mãos,  fotografava com os olhos e apreciava lentamente a linda paisagem ao meu redor... De repente fui atingida por um disco de frescobol. Desajeitada cai para o lado, às coisas em minha bolsa se espalhou pelo chão. Ainda meio tonta e desequilibrada, tentei levantar, mas perdi o controle sobre meus pés, pela gravidade acabei sendo puxada com força novamente para o chão.
  Olhos brilhantes e azuis, pele dourada e pelinhos claros. Enquanto corria parecia brilhar. O que ele fazia neste lado do jardim? Ó céus! Ele estava vindo à minha direção!!!
  Ele se aproximou preocupado, colocou a mão onde me machucara, depois de minutos olhando fundo dos meus olhos, perguntou preocupado- ”você está bem?”.
  Ainda aturdida com sua imagem, respondi que sim.       Em seus lábios, vi nascer o sorriso mais belo, em segundos me vi contagiada.
  Ele foi cavaleiro e me ajudou a levantar, por azar o regador se ativou e ensopou aos poucos os nossos corpos, cai em mim, voltei a realidade. Com a sua camisa azul escura colada ao corpo, d pude ver em detalhes cada desenho do seu corpo.
  Imaginei-me como seria bom estar naqueles braços acolhedores e fortes...
Continua (...)
            Por: (Natally Romaniello)